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Grau 3 em Sistemas de Proteção Perimétrica?

A norma não inclui requisitos para SAIP exteriores

Uma das questões que normalmente surge, quando se projeta um Sistema de Alarme de Intrusão, que necessita utilizar dispositivos de deteção, que não possuem qualquer norma da família da EN50131 e logo não podem ser classificados quanto a seu grau, é saber como se classifica o sistema na sua globalidade, em termos de grau de segurança.

A norma EN50131, relativa aos sistemas de alarme de intrusão, é composta por várias partes nomeadamente para os detetores de movimento (EN50131-2-2, EN50131-2-4), contactos magnéticos (EN50131-2-6), quebra-vidros (EN50131-2-7), detetores de choque e inercia (EN50131-2-8). Não confundir estes com os detetores sísmicos, que não possuem norma.

Além dos detetores, temos norma para as centrais (EN50131-3), para as sirenes (EN50131-4), para as fontes de alimentação (EN50131-6) e os requisitos para os transmissores (EN50131-10).

No entanto existem dispositivos que não possuem norma, como é o caso dos detetores sísmicos, ou os que apenas possuem uma especificação técnica, e não podem ser certificados, como é o caso dos detetores lineares e dos botões de alarme.

A questão complica-se quando uma das máximas da norma é: ”O grau do SAIP deve ser o do componente de grau mais baixo.

No entanto a norma também diz que “Quando um SAIP é dividido em subsistemas claramente definidos, um SAIP poderá incluir componentes de graus diferentes dentro de cada subsistema. O grau de um subsistema deve ser o do seu componente de grau mais baixo.

A questão surge quando temos que utilizar equipamentos não certificados, como detetores sísmicos. Neste caso podemos também usar a norma através da indicação que nos diz que “Os componentes de outras aplicações poderão ser combinados ou integrados dentro de um SAIP, desde que o desempenho dos componentes do SAIP não seja influenciado adversamente

Mas temos que ter alguma precaução e não aplicar esta regra de um modo cego. Sobretudo quando se trata de proteção perimétrica e quando essa proteção se supõe ser de grau 3 por imposição regulamentar.

Convêm salientar que a norma logo no seu início diz: “Estes requisitos também se aplicam aos componentes de um SAIP instalado num edifício, os quais estão normalmente montados na estrutura externa de um edifício p. ex. equipamento de controlo auxiliar ou dispositivos de aviso. A norma não inclui requisitos para SAIP exteriores

Ou seja, não se pode classificar um sistema de proteção perimétrica segundo a norma EN50131.

Mas esta situação poderá ser mitigada, se usarmos algumas das regras estabelecidas na EN50131-1 (Requisitos do Sistema) e as aplicarmos aos equipamentos que não sejam certificáveis, mas que contribuam para a segurança perimétrica e para a segurança de toda a instalação.

Podem se usar, entre outros, os critérios de proteção de sabotagem, temporizações máximas de falha de comunicação, autonomia de alimentação, entre outros critérios.

Não é objetivo deste post definir essas regras, mas pode ser estudado caso a caso e estabelecer um grau de segurança para Sistemas de Alarme de Intrusão, que possuam dispositivos que não tenham norma e em ambientes exterior, usando os critérios que estão na base da norma EN50131.

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